“Os segredos da beleza sem idade”
O imperativo da juventude e a cultura da jovem velhice feminina
DOI:
https://doi.org/10.46391/ALCEU.v23.ed51.2023.362Palavras-chave:
Velhice, Neoliberalismo, CorpoResumo
Apresentam-se algumas reflexões sobre o valor do corpo jovem e a ideia do aparentar jovem na velhice, a fim de investigar de que forma o imperativo da imagem corpórea jovem e a performance feminina ótima e feliz reconfiguram e estabelecem novos valores para as subjetividades das mulheres na velhice. Esses novos valores constituem o que aqui se propõe como a cultura da jovem velhice, um modo performático que tem reordenado subjetividades, especialmente as das mulheres. A partir de um breve recuo genealógico sobre a velhice, investigam-se o imperativo da imagem corpórea jovem e a cultura da jovem velhice feminina. Como corpus são analisadas notas reflexivas sobre a atriz Jane Fonda, a série da Netflix Grace and Frankie e a exposição artistica Aging Pride. Verificou-se que a jovem velhice feminina corresponde à capacidade de cuidar de si, de ser autônoma, apta a gerir-se a fim de se evitar o fracasso pessoal.
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