Nas sarjetas do sul do mundo

Excesso de atrações como marca estética de(s)colonial no cinema cuir de Hija de Perra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46391/ALCEU.v25.ed55.2025.465

Palavras-chave:

Hija de Perra, Excesso de atrações, Cinema cuir

Resumo

O presente artigo, de caráter teórico e analítico, relembra o trabalho artístico e audiovisual da artista chilena Hija de Perra, representado pelo curta-metragem documental Perdida Hija de Perra (Vincente Barros, 2010), para observar sua construção estética e o modo como se apropria da tecnologia audiovisual para tecer comentários cuir e de(s)coloniais sobre o capitalismo contemporâneo. Nesse contexto, ao nos depararmos com a estilística do filme e da performance de Hija de Perra, perguntamo-nos sobre como ela pode ser lida pela chave conceitual do excesso de atrações (Baltar, 2012), bem como pensamos sobre a potência desse conceito para análises cuir e de(s)coloniaiscoloniais.

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Biografia do Autor

Luiz Fernando Wlian, Universidade Estadual Paulista - UNESP

Doutor em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista, onde desenvolveu a pesquisa "Alegres, para além de tudo: estratégias sensíveis dissidentes no cinema queer brasileiro contemporâneo" (2025), tese que observa o audiovisual brasileiro recente ligado a estéticas dissidentes e teorias queer. Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde desenvolveu a pesquisa "Estranhos que cantam e dançam: potências dissidentes no cinema musical" (2019), dissertação que observa questões estéticas do gênero musical cinematográfico em diálogo com o cinema queer. Graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (2016).

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Publicado

26.05.2025

Como Citar

Wlian, L. F. (2025). Nas sarjetas do sul do mundo: Excesso de atrações como marca estética de(s)colonial no cinema cuir de Hija de Perra. ALCEU, 25(55), 186–207. https://doi.org/10.46391/ALCEU.v25.ed55.2025.465

Edição

Seção

O mundo (re)visto: estéticas geopolíticas em um cinema policêntrico