Desigualdade de gênero no jornalismo esportivo impresso
A face oculta da assimetria nas páginas de jornais
DOI:
https://doi.org/10.46391/ALCEU.v24.ed52.2024.404Palavras-chave:
jornalismo esportivo, gênero, desigualdade, jornais impressosResumo
São tangíveis os esforços da televisão brasileira para reduzir a desigualdade de gênero no jornalismo esportivo. Mulheres vêm ocupando, desde 2021, funções até então exclusivas para homens, como a narração de jogos de futebol. Este artigo parte da hipótese que os jornais impressos estão na contramão da tendência verificada no telejornalismo esportivo. Para alcançar os objetivos, foram analisadas 1.184 publicações das editorias de esporte dos três principais jornais do país – O Globo, a Folha de S.Paulo e o Estado de S.Paulo – em julho de 2020 e julho de 2021. Do total de textos assinados, 86,7% eram de autoria de homens e apenas 13,3%, de mulheres. Assimetria ainda maior foi registrada no fotojornalismo dessas editorias. Mulheres publicaram 7,9% das fotos contra 92,1% dos homens. Para auxiliar a interpretação dos dados, duas entrevistas em profundidade foram realizadas com mulheres jornalistas das editorias de esporte desses veículos.
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