Utopia, distopia... Pandemia!
Os sonhos de futuro e a temporalização das imaginações do porvir
DOI:
https://doi.org/10.46391/ALCEU.v21.ed43.2021.208Palavras-chave:
Utopia, Distopia, Futuro, Imaginação, Presentismo, TemporalidadeResumo
Partindo de imagens dos sonhos de futuro do contemporâneo, recuamos historicamente para tentar mapear o enfraquecimento do pensamento utópico e a ascensão da imaginação distópica na atualidade. A partir do gesto genealógico, procuramos elucidar de que modo essa virada estaria relacionada com uma experiência temporal, que deu frutos a outras imagens de futuro na modernidade. Nesse sentido, utopia e distopia não simplesmente se contrapõem, são modos de imaginar o futuro estreitamente relacionados com dinâmicas de poder e modos de experienciar o tempo. O presentismo nos coloca isolados – física e politicamente – em um presente sufocado por previsões de futuro que se expandem num agora que parece se repetir. O presente torna-se o espaço de ação, embora a passagem do tempo não mais esteja associada ao alcance do lugar melhor ou à utopia moderna que irrompe no futuro para ser afeiçoada e concretizada no projeto coletivo imaginado para o amanhã.
Downloads
Referências
BENJAMIN, W. Passagens. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado/ UFMG, 2006.
BERARDI, F. Depois do futuro. São Paulo: UBU Editora, 2019.
BLOCH, E. O princípio esperança. Rio de Janeiro: Contraponto EdUERJ, 2005.
DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELEUZE, G. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.
FERREIRA, V. Vitor. Utopias e distopias no século XXI e pós-modernismo. Revista de Pós-graduação em Estudos de Linguagens - UFMS. Campo Grande - MS, Vol.19, nº 38. 2015.
FITTING, P. A Short History of Utopian Studies. Science Fiction Studies, v. 36, n. 1, p. 121–131, 2009.
FOUCAULT, M. Nietzsche, a genealogia e a história. In: Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
________________. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
________________. Nascimento da biopolítica. Curso no Collège de France: 1978-1979. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
HARTOG, F. Regimes de historicidade: Presentismo e experiências do tempo. São Paulo: Autêntica, 2013.
JACOBY, R. Imagem imperfeita: pensamento utópico para uma época antiutópica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
KOSELLECK, R. Futuro Passado: contribuição semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: PUC, 2006.
________________. Estratos do tempo: estudos sobre a história. Rio de Janeiro: Contraponto Editora PUC Rio, 2014.
LIMA, C. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
MARQUES, V. O velho está morrendo e o novo sempre vem. In: O velho está morrendo e o novo não pode nascer. São P: Autonomia Literária, 2020. p. 7–31.
NOWOTNY, H. Time: the modern and postmodern experience. Cambridge: Polity Press, 1994.
PARTINGTON, J. S. The Time Machine and A Modern Utopia: The Static and Kinetic Utopias of the Early H.G. Wells. Utopian Studies, v. 13, n. 1, p. 57–68, 2002.
SANZ, C. L.; PESSOA, M. Imagens do futuro: Risco e responsabilização na gerência neoliberal do amanhã. Tempo Social, v. 32, n. 2, p. 257–277, 2020.
SARGENT, L. T. The Three Faces of Utopianism Revisited. Utopian Studies, v. 5, n. 1, p. 1–37, 1994.
WELLS, H. G. A modern Utopia. Auckland: Floating Press, 2009.
Filmografia
AD VITAM. Direção: Thomas Cailley e Sébastien Mounier. Produção: Kilija / Arte. França: Netflix, 2018. Disponível em: https://www.netflix.com/title/81082327. Acesso em: 31/01/2021.
FILHOS da esperança. Direção: Alfonso Cuarón. Produção: Marc Abraham, Eric Newman, Hilary Shor, Iain Smith, Tony Smith. Reino Unido: Universal Pictures, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 ALCEU
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.