A colonização e o mundo no cinema

Perspectivas transnacionais entre Brasil, Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46391/ALCEU.v25.ed55.2025.473

Palavras-chave:

Cinema mundial, Cinema transnacional, Colonização, Lusofonia

Resumo

O objetivo do artigo é analisar comparativamente diferentes perspectivas sobre o tema da colonização e suas visões de mundo a partir de filmes transnacionais envolvendo Brasil, Portugal, Moçambique, Cabo Verde e Angola no contexto contemporâneo, entre 1990 e 2020, mapeando seus formatos de produção, financiamento e composição estético-políticas perante o cinema mundial. Para tanto, é acionada a metodologia do cinema comparado, proposta por Mariana Souto (2020), articulado com a proposição de um “atlas do cinema mundial” (Andrew, 2004), através de uma constelação fílmica tecida por O testamento do senhor Napumoceno (1998), de Fernando Manso, Tabu (2012), de Miguel Gomes, e A rainha Nzinga chegou (2018), de Júnia Torres e Isabel Casimira. O desenvolvimento da análise resulta na constatação de um protagonismo de Portugal no financiamento e produção dos filmes que se manifesta em perspectivas estético-políticas baseadas na ideia de lusofonia e do ponto de vista português sobre o tema. E de uma contraposição a esse olhar a partir de um diálogo entre Brasil e Angola pautado pela ancestralidade africana e a diáspora.

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Biografia do Autor

Caio Olympio Rocha, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (FACOM/UFBA). Mestre pelo Programa Multidisciplinar Cultura e Sociedade.

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Publicado

26.05.2025

Como Citar

Rocha, C. O. (2025). A colonização e o mundo no cinema: Perspectivas transnacionais entre Brasil, Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde. ALCEU, 25(55), 124–146. https://doi.org/10.46391/ALCEU.v25.ed55.2025.473

Edição

Seção

O mundo (re)visto: estéticas geopolíticas em um cinema policêntrico