O mundo (re)visto
estéticas geopolíticas em um cinema policêntrico
DOI:
https://doi.org/10.46391/ALCEU.v25.ed55.2025.484Resumo
Como mostram, em seu conjunto, os artigos que compõem o dossiê, os sonhos, as disputas e as negociações em torno do que pode ser aquilo que frequentemente denominamos a ordem mundial são inseparáveis de maneiras de organização temporal das experiências cinematográficas e audiovisuais. Enquanto o ordenamento de um mundo envolve divisões territoriais que procuram conter essas experiências em escalas variáveis de delimitação do comum (o nacional, o estatal, o étnico e inúmeras outras classificações), a temporalidade dessas experiências é frequentemente contida por meio de periodizações e modos de arquivamento. Em ambos os casos, os artigos evidenciam a importância de perturbar os modos de ordenamento e organização do espaço e do tempo que definem nosso entendimento do cinema e do audiovisual.
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